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Oração

A tua criação geme SENHOR! Bombas, escassez, violência, injustiça! Ninguém acredita em ninguém, tudo é aparência de aparência.

Os homens com a boca discursam sobre paz, mas, não passa de um momento, logo, o gosto de sangue e de riqueza lhes toma o paladar. SENHOR como viver? Nós o que buscamos ser retos de coração segundo a tua palavra?

Somos roubados, ridicularizados, adiante de nós vai o ladrão e por traz os ministros da justiça! Estamos cercados de pavor, em um país idólatra de governantes que rejeitam a tua instrução. SENHOR socorre-nos!

Ajuda-nos em nossa falta de fé! Estamos certos de que o justo viverá pela fé, mas, ó Deus, ainda sim, os dias são maus e o teu povo geme entre as nações.

Por amor de teu filho Jesus Cristo, nosso juiz molha a ponta de nossa língua com o frescor da tua misericórdia.

CARTILHA

Me desculpem, mas, massa de manobra é pouco,  voz do povo nunca foi à voz de Deus. O que eu penso sobre a falsa “primavera brasileira”.

A grande maioria dos manifestantes:

Não estudam  apenas – cumprem o calendário escolar

Frequentam escolas particulares
Faltam ao trabalho sem motivos

Não trabalham

São inconstantes no trabalho

Entregam atestados falsos para compensar faltas
Subornam policiais para não receberem as multas

Pagam o “quebra” para obter a CNH
Não assistem e não acompanham a história política brasileira
Idolatram seus times de futebol – e gastam muito com ele
Cortam filas – Não devolvem o troco excedente
Jogam lixo no chão

Entram sem pagar em baladas por conta de favores
Não sabem escrever um texto com coerência textual
Não leram sequer um livro todo em toda sua vida.
São viciados e movidos pelas “noticias” do face book
Gostam de uma boa agitação
Não resolvem os problemas éticos de suas próprias vidas
Não conhecem história do Brasil
Vivem mais para seu celular do que para si próprio
Odeiam discutir ideias contrárias
Se julgam revolucionários,mas, hoje estão com enxaqueca da bebedeira de ontem ” eu já vi os caras pintadas”  hoje são caras lavadas.

Não utiliza transporte público e nem sabe quanto custa o kg de café ou feijão, pois são seus são seus pais que compram
Odeiam sentar diante de um documentário sério, preferem pânico, CQC etc..
Desobedecem seus pais e familiares  e regras básicas de convivência social

Infringem leis de transito
Não arrumam sue próprio quarto ou limpam a sujeira de seu cachorro deixando o trabalho para outros
Se embriagam nas baladas e dirigem alcoolizados
Consomem drogas  em lugares públicos
Traem seus cônjuges e parceiros
Justificam o voto
Anulam o voto
Não sabem que significa o sistema republicano e democrático
Não leem as  informações até o final
Não pensam, apenas repetem o que ouviram falar
Não sabem o hino nacional completo
Nunca leram O manifesto comunista
Nunca leram A revolução dos Bichos

Nunca leram O contrato Social

Nunca leram a Origem da desigualdade entre os homens

Nunca leram O príncipe

Nunca leram A politica

Nunca leram O principio do Estado e outros Ensaios

Nunca leram a Bíblia Sagrada o maior de todos

São confusos em suas preferências

Não sabem diferenciar liberalismo de comunismo

São facilmente manipuláveis

Não abrem mão do dinheiro

Lutam por seus “direitos”, mas, não reconhecem os seus deveres.

São apartidários

Alguns, pouquíssimos são teóricos de renome, mas, na prática são iguais aos outros.

Alguns trabalham em cabide de empregos de vereadores e cargos públicos

Usufruem das bolsas oferecidas pelo governo sem necessidade das mesmas

Não ajudam sequer uma instituição filantrópica

Já compraram o seu ingresso para os jogos da copa de 2014

Enfim… quanta incoerência

Indignação – indigna – indigna nação. (Samuel Rosa; Skank)

Como um povo corrupto poderá eleger governantes não corruptos?

Se cada cidadão exercer sua cidadania em nível ético mais elevado certamente  teríamos resultados mais expressivos na vida politica brasileira.

Três coisas incomodam como um zumbido insistente:

O desejo / o dever / e a relação amorosa e confusa entre ambos.

Por dentro – indecisão, medo, vergonha e silêncio ensurdecedor.

Por fora -expectador, incomodado com a mesmice do enredo,

que aflige e tortura, que cansa e amargura o mais enfadonho ator.

Decidi: vou me calar – não quero, mas: sou obrigado a dizer?

Dizer o quê? Dizer o que tenho de dizer, mesmo quando não tenho  nada o que dizer.

Prefiro o silêncio. O meu próprio e não o seu!

Quero o silêncio – dos sepulcros, das catedrais, dos sábios…

Quem dera, um canto, pacato com uma boa pitada de anonimato.

Deus – eu –  meus amados – sua criação,  pouca ocupação e  a parca falação.

Quero simplicidade, frugalidade, quero ouvir apenas

nem mais nem menos.

Exagero, só se for na tranquilidade

entre o que há dentro e o que há fora,

entre o desejo, o dever, e a verdade.

Fábio de Oliveira

"

“vendo-o passou de largo” Luc 10.31-32

Na parábola do bom samaritano há duas perguntas importantes: Como alguém pode ter a vida eterna? Quem é o meu próximo?  As perguntas abrangem coisas importantes, como a salvação eterna e a correta interpretação da lei moral. Uma resposta inquietante é dada por Jesus: ame a Deus e ao seu próximo. Sua resposta é suficiente para demonstrar que o amor é o fundamento da lei e das profecias: “Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (Mt 22.40).

O filósofo Nietzsche, sarcasticamente disse: “o ultimo cristão morreu na cruz” referindo-se ao modo singular que Jesus vivia. Seria o principio do amor tão singular a ponto de beirar o inatingível ou utópico?  Será que o ultimo cristão morreu na cruz de fato? Penso que não. Ao observar muitas pessoas, percebo que o cristianismo é perfeitamente possível. Mas, percebo também que quase sem exceção, que os cristãos genuínos não aparecem muito, e não recebem muitos louvores, pois, é bastante claro que eles mesmos desistiram de si,  desistiram de sua honra particular, para se revestir de Cristo, entenderam muito bem e aplicam muito bem o seu  b astismo de sepultamento e ressurreição com Jesus Cristo.

Essas pessoas, simples por firme resolução, deixaram suas expectativas grandiosas, deixaram para traz pretensões materiais como prestigio, riquezas. Vive cada dia com o pão de cada dia; com uma intensidade que não pode ser deste mundo, um contentamento que só o Pai celeste poderia dar. Negaram-se a si mesmas, tomaram sua cruz e definitivamente estão seguindo a Cristo, em sua plenitude. Assim, o principio do amor, ensinado e vivido por nosso Senhor Jesus não é apenas um ideal, é plenamente possível de ser realizado. Todavia é mister e necessário, enterrar os nossos próprios desejos egoístas, o desejo de glória e satisfação mundana.

 Talvez, por isso, Nietzsche, tão ávido de tornar a vontade humana soberana e determinante das decisões, teria deixado de crer na realidade da vida cristã e na prática do amor a Deus sobre todas as coisas, inclusive sobre o amor de si, e no amor aos que nos perseguem.

 Nosso senhor nos deu instrução para que o amor seja praticado. Interpretando a Lei, Jesus afirma: “amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste […]” (Mt 5.44-45). O evangelista Lucas relatou: “Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem emprestai, sem esperar nenhuma paga” (Lc 6.35). Em ambos os casos o modelo e ser seguido é Deus, pois o “Altissimo é benigno até para os ingratos e maus” (Lc 6.35). Assim, a prática da misericórdia é a principal tradução do amor, e por sua vez o fundamento da lei e dos profetas. Inúmeros são os exemplos.

Ao ser repreendido pelos fariseus por comer com pecadores Jesus cita a profecia: “ide, porém e aprendei o que significa: misericórdia quero e não holocaustos; pois não vim chamar justos  e sim pecadores [ao arrependimento]”. (Mt 9.13). A parábola do bom samaritano é evidente, o amor incondicional e integro a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a ti mesmo.  O cuidado dispensado pelo samaritano superou o ódio originário, ele teve misericórdia, ele amou o próximo.

Ao invés disso, a mensagem evangélica está se diluindo em outra coisa que não é encontrada nos ensinos de Jesus, a vida cristã e cada vez mais um culto de si mesmo e dos desejos, quando não, um evento suntuoso e cheio de aparatos e adereços litúrgicos, que não tem fundamento em Cristo. Perguntamos:  Por que não voltarmos ao cristianismo puro e simples? Biblicamente orientado e engajado na prática do amor a Deus e da misericórdia ao próximo? A obediência estrita as doutrinas, a tradição religiosa, e a mais nova moda gospel pode demonstrar zelo, mas, os fariseus tropeçaram por não observar e até negar os preceitos mais simples do evangelho, que é o amor a Deus, se submeter ao seu governo abrindo mão de si, e o amor ao próximo no exercício da misericórdia. Amar aos que nos perseguem. Orar por eles, emprestar sem esperar a compensação, pensar as feridas, tratar, ser fiador, carregar com nosso animal, usar o nosso vinho e óleo.

A essa altura podemos mudar a pergunta feita pelo fariseu e perguntarmos: Senhor quem é meu inimigo para que eu possa amá-lo como o Senhor o amou? Em meus projetos de 2013, desejo viver o cristianismo mais cristalino, mais prático, mais próximo do que Jesus ensinou. A verdade é que temos de tomar o devido cuidado para não nos desviarmos de nossa principal missão.  Custa caro? Sim sem dúvidas! Perderei a glória desse mundo, não serei mais o centro de minhas próprias atenções egoístas e narcisistas, serei considerado um retrógrado, e um fanático pelos outros.

Portanto, como cristão, precisarei negar mim mesmo e tomar mais uma vez a minha cruz, que por vezes encosto para aliviar o peso, ou para substituir pelo peso do pecado e da idolatria. Desta forma, crucificado o meu ego demonstro amar a Deus sobre todas as coisas, cumpro o primeiro mandamento. Em seguida, precisarei identificar o quanto passo de largo daqueles que necessitam de minha ajuda, em primeiro lugar os meus inimigos, assim, cumpro o segundo mandamento. Que grande desafio para um coração idólatra, vencer-se a si mesmo e entregar-se a Deus todos os dias de 2013.

Que o  Senhor me ajude nesse projeto para 2013. Em Cristo. Amém.

pedra

” O Emanuel é e esperança para que o homem se liberte do peso da culpa e da condenação”

“O nascimento de Jesus Cristo, o natal, é a esperança para o alivio completo de nossa culpa. O nascimento de Jesus Cristo nos dá esperança deu livramento da condenação e morte na cruz”.

            Estamos chegando ao ultimo texto de reflexão sobre o natal, para os cristãos segundo as Escrituras Sagradas. Nos outros posts, aprendemos que o Emanuel é a unica esperança de consolo para os homens de todos os tempos, aprendemos que o Emanuel haverá de governar como um pastor, de forma justa e pacifica. Agora chegamos a revelação neotesmentária sobre o Messias, onde o próprio, nos esclarece sobre sua missão salvadora. Faremos isso lendo (Maeus 1.18-21).

        O texto descreve o nascimento de Jesus Cristo. Cristo é o nome dado ao messias, e também ser traduzido por ungido. No Antigo testamento a palavra ungido era no uso comum, símbolo de autoridade dada aos sacerdotes (Ex 28.41) e a reis (Jz 9.8). Sabemos pela história bíblica de nosso Senhor, que ele é de fato o Cristo prometido. Todavia, é evidente que durante o período de humilhação, nosso Senhor não atendia as expectativas políticas esperadas por Israel, ou seja, de um modelo Davídico, forte e poderoso capaz de libertá-los do império romano e trazer a unificação e expansão territorial. Até mesmo a rejeição já havia sido profetizada: “[…] e dele não fizemos caso” (Is 53.3c).

         A missão de Jesus Cristo se cumpre em duas etapas, a primeira que chamamos de estado de humilhação, sujeito a dores e morte, conforme anunciou o profeta (Isaias 53). “Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso”. (v3) Já a segunda, de estado de exaltação, quando o Senhor vier buscar a igreja e estabelecer o seu governo firme, justo e pacifico (Mq 5.3,5)

        O motivo é simples, o Senhor deixa claro a Pilatos que: “[…] agora, meu reino não é aqui […] eu não nasci para isso vim ao mundo, afim, de dar testemunho da verdade” […] (Jo 18.26)”. Assim, o Senhor Jesus tem todo o poder, mas, deixa claro que a principio, sua missão não era a de ser um governador político, mas, o de proclamar a verdade. Em (Mt 16.16-21) o apóstolo Pedro declara que Jesus é o Ungido, o messias prometido, o filho do Deus vivo!  Logo em seguida, nosso Senhor começa a dissertar sobre o caráter de sua obra salvadora nesse mundo, passando a anunciar seu sofrimento, morte e ressurreição ao terceiro dia. Um messias fraco e sujeito as autoridades romanas, servo de todos, era tudo que os judeus não aguardavam, pois, não compreenderam a grandiosidade da obra de Deus.

       As escrituras do Novo Testamento esclarecem a todos a missão do messias: vitória sobre o poder do pecado, a culpa pelo pecado, e as consequências do pecado. Mas, deixando claro que a esperança de o governo pastoral, justo e pacifico será imposto por Deus em sua segunda vinda.

     José recebe a revelação através do anjo. Ele deveria colocar o nome do menino, o nome era Jesus. O significado do nome de Jesus é a mensagem central do natal. O nome Jesus é uma forma grega do nome hebraico Josué quer dizer: “Salvação De Jeová”. O nome do nosso Senhor é suficiente para compreendermos a sua missão messiânica: “porque ele salvará o sue povo dos pecados deles” (Mt 1. 21b).

       O texto diz que os homens têm pecados. Não somente essa passagem, mas, toda a Bíblia revela essa condição. “Pois todos pecaram e carecem a glória de Deus” (Rm 3.23). “[…] assim como por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram […] (Rm 5.12) “[…] Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós […] se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós […]”. (1Jo 18,10).

       Essa é a condição de todo o homem, “[…] pois, já temos demonstrado que tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado […] não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviara, à uma se fizeram inúteis […]” (Rm 3:9,10,11,12). Essa é a condição humana caro leitor. Diante dos olhos de Deus, por causa do pecado, nos tornamos inúteis e escravos de nossos desejos perversos, por isso precisamos de salvação, do contrário o castigo será aplicado com rigor. Assim, no primeiro ponto quis mostrar três coisas essências para compreensão do texto:

1-   A missão de Jesus Cristo se desenvolve em duas etapas:

a) Proclamação da verdade e a salvação do pecador (1° vinda)

b) Condenação dos incrédulos e o pastoreio justo e pacifico. (2° vinda)

2-   Todos os homens são culpados e estão debaixo do pecado.

3-   O pecado nos afasta de Deus e é condenatório

4-   O nascimento de Jesus Cristo é a esperança para salvação dessa condição.

       O nascimento de Jesus Cristo, o natal, é a esperança para o alivio completo de nossa culpa. Isso significa que embora nossa condição seja de culpa diante de Deus, Cristo, é poderoso para removê-la. A culpa é um estado de angústia profunda de consciência. O nosso coração se dilacera e a nossa consciência nos acusa. O homem é culpado pela desobediência de Adão e por sua própria, isso traz um peso enorme que só Deus através de Jesus Cristo pode retirar, essa culpa é alvo da obra de Jesus Cristo, ele veio ao mundo para nos livrar completamente da consciência culpada. Ele é quem pode dizer: “Vinde a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei” (Mt 11.28).

    O nascimento de Jesus Cristo nos dá esperança de livramento da condenação na cruz. Vários cânticos evangélicos resumem essa verdade. Uma deles chamado “criminoso na cruz” diz não necessariamente nesta ordem esta verdade: “Quando todos os povos estiverem diante Deus e em minha vez, me for pedido a me defender, uma só coisa eu poderei lhe dizer: que eu miserável fui e um pobre pecador, mas, Jesus Cristo me salvou. Salvo sou, não há condenação, ele me prometeu morar no céu e um preço alto ele pagou, como um criminoso na cruz, por Deus eu sei não há mais condenação, aleluia”.

   Na literatura grega há uma estória chamada mito de Sisifo. Um homem em busca de sentido de um mundo incompreensível. Sísifo um personagem da mitologia grega, é condenado a repetir sempre a mesma tarefa de empurrar uma pedra de uma montanha até o topo, só para vê-la rolar para baixo novamente.  Assim estão os homens, em busca de salvação, carregam sobre si um enorme peso, o levam para o lugar mais alto e pensam ter se livrado dele, mas, nada acontece, tudo permanece árido e angustiante. O nascimento do Emanuel, do salvador é a solução para todo homem, essa é a principal mensagem do natal.

pastor

“Ele se manterá firme e apascentará o povo na força do Senhor”
Mq 5.4

 A desordem civil, moral e religiosa gera a violência, mas, a palavra diz que “o efeito da justiça é a paz” (Is 32.17).

A minha abordagem deste texto fundamenta-se na regra de interpretação (analogia da fé). Portanto, o nosso norte é o apóstolo Mateus, em seu relato do nascimento de Jesus (Mt 2.6) que inspirado por Deus, revela o significado da profecia de Miquéias. O nosso tema é: Emanuel, a Esperança de um governo justo e pacifico.

No evangelho de Mateus há o relato de que homens vieram para adorar ao Rei dos Judeus. (Mt 2.2)  Erraram o lugar do nascimento, imaginavam que um rei só poderia ter nascido em na cidade mais importante de Israel, Sião, em Jerusalém.  Na época dos eventos “pré-natal”, Herodes o Grande era governador da Palestina, e Tibério Cezar o imperador romano.

Herodes poderia ser considerado um bom governante segundo os padrões contemporâneos, pois, construiu e empreendeu muitas coisas durante o seu reinado, a maior delas a reconstrução do templo de Jerusalém, projeto de (50 anos), e a cidade de Cesaréia, todavia, era conhecido como implacável para com os Judeus.  Herodes ficou alarmado com a noticia anunciada pelos magos e sentindo-se ameaçado consultou os mais bem avaliados sacerdotes e escribas de sua época (Mt 2.4) com o fim de saber com detalhes qual era a informação acerca do nascimento da criança.

Duas coisas precisam ser ditas em relação a esse fato: 1) A criança foi descrita pelos magos como o Rei dos Judeus e 2) Havia uma expectativa desde os tempos do A.T e também no período intertestamentário de que um rei, o Ungido, justo, governaria pacificamente os judeus sendo o seu pastor. Este rei viria e libertaria a nação Israelita de suas cadeias romanas.

Assim, Herodes, busca nas Escrituras hebraicas a resposta para aquele evento. A passagem citada pelos escribas está na profecia de (Miquéias 5.2-5 a) a qual iremos meditar. Os interpretes das Escrituras afirmam que o “pastor do povo” não nasceria de uma grande e importante cidade, mas, de um “quase vilarejo” chamado de Belém. O nosso salvador nasce em um contexto tenso de ansiedade. O nascimento do messias configura o primeiro natal.

O sentido do natal comemorado por nós cristãos fundamenta-se no que a bíblia afirma. A bíblia afirma que a rebelião de Adão e Eva resultou em morte física e morte espiritual, para todos os homens, que é o afastamento de Deus. Mas, Deus em sua bondade, prometeu que um homem nascido de mulher seria capaz de reverter a condenação em libertação, a escravidão em liberdade, a morte em vida (Gen 3.15).

Desde as origens do mundo, o messias é anunciado. Na história humana um povo é separado por Deus que, por sua vez, o incumbe de anunciar a todos os povos a vinda do messias, ungido. Deus fez de Israel seu porta voz temporário.

Na história de Israel o messias é anunciado e esperado como, àquele que passaria pelos rituais comuns tais como, a unção com óleo, a entronização pelo sacerdócio e validado por suas ações. Seria um governador. Um rei poderoso e justo, capaz de estabelecer a justiça e a paz pela força do Senhor.

 No interior da história humana temos a visão de um rei humano, todavia no interior da história da redenção, a figura humana revela apenas parte da natureza do messias, pois, ele não apenas humano é também divino, é o Emanuel que quer dizer, Deus conosco (Is 7.14). Cujas origens são desde os dias da eternidade (Mq 5.2).

Tudo o que foi dito deve nos fazer entender duas coisas: 1) Havia grande expectativa pela chegada do Messias, aguardavam o reino da justiça e da paz. 2) Jesus é anunciado pelos magos como o rei dos Judeus, ou seja, tudo aquilo que eles estavam esperando. Muitos dentre o povo de Israel entenderam que o nascimento de Jesus, natal, é a concretização do plano de salvação de Deus e das palavras dos profetas. O rei forte e poderoso enfim, havia chegado: o ungido o Emanuel.

Voltando-se para o profeta Miquéias lemos que o afrouxamento da lei, o abandono dos princípios divinos levou Judá a idolatria, imoralidade, perversão da justiça, e a violência.  Atualmente as coisas não são diferentes.

 Altos impostos, desvios de dinheiro, descaso com a coisa pública, massacre dos pobres, comércio da fé, a idolatria das riquezas, o triunfo da impunidade e da exploração. O justo está em um beco sem saída, cercado pelos governantes que lhe tiram a pele; cercado pelas leis que favorecem a transgressão e o criminoso; cercado pelos criminosos que andam impunemente com suas ameaças e armas, os palácios e as ruas foram dominados por transgressores. Ambos, governantes e criminosos oprimem o pobre.

 Qual será a nossa esperança para tão grande calamidade política, moral e religiosa? Como bem ilustrou o comediante: “E agora quem poderá nos defender”? Seremos destruídos pela impiedade, pela astucia dos governantes, e pelas mãos do assassino, iremos sucumbir diante dessa terrível situação? Devemos ficar imobilizados diante do medo da injustiça e da violência?

  Nos capítulos (1-2) Miquéias denuncia os pecados e proclama a sentença de Judá. Miquéias profetizou durante o reinado de Jotão, Acaz e Ezequias. O contexto de sua profecia é de opressão política, ganância (Mq 2.1-2) corrupção e imoralidade. Lembremos que a economia passava por um período de grande prosperidade e aumento das riquezas (Is 1.1-18). Todavia, os sacerdotes, os profetas, os juízes e os reis aborreciam o bem e amavam o mal (Mq 3.1-2).

O quadro é de corrupção total (Mq 7.2-4). Miquéias ergue a voz e denuncia os pecados cometidos pelas cabeças de Judá. As autoridades civis e religiosas perderam o rumo de Deus e deleitavam-se cada vez mais nos pecados. Enquanto isso, do outro lado, o povo sofria.

A situação do povo era deprimente e aparentemente sem esperança. Explorado pelos sacerdotes (Mq 3.2-3), enganado pelos profetas (Mq 3.5), abandonado pelos juízes (Mq 3.9-11) e desorientado por um rei idólatra Acaz, que ofereceu seu próprio filho em adoração pagã (Mq 6.16) (2Rs 16.1-4). Portanto, profeta Miquéias denuncia corrupção moral, civil e religiosa dos governantes de Judá e anuncia a sentença de Deus (Mq 3.8 – Mq 3.12 – Mq 4.10).

Sião que quer dizer, lugar seguro, (Sl 125.1). A cidade inabalável, a cidade do grande de Deus, a cidade do rei se tornaria em deserto e morte. Através do profeta Miquéias Deus diz aos governantes que Sião não é inviolável, por isso precisam se voltar para Deus, voltar atrás em suas atitudes, precisavam arrepender-se. Três palavras podem resumir o anseio do povo de Deus: esperança de justiça e paz. Que só viria por meio de um governador justo.

A situação de desolação não é o ultimo estágio de Sião, pelo contrário, Deus continua a confirmar a sua palavra e sua aliança (Mq 7.20) prometendo restauração completa e um governo reto, justo e pacifico sobre todas as nações (Mq 5.2-5). A salvação viria de um apequena cidade, uma cidade que não poderia em sua época, fazer frente de guerra com uma das maiores potências bélicas , a  Assíria. A salvação é de Deus e não de um governo ou uma cidade militar, Acaz, estava em conluio com outras cidades buscando montar um frente de salvação, mas, esta não viria de suas mãos, mas, das mãos de Deus, ele traria o seu rei, o seu pastor.

Assim, nos capítulos (4-5) Deus anuncia pela boca do profeta a tão sonhada esperança! Após se cumprirem os dias no cativeiro na Babilônia, o Senhor tiraria os seus pecados (Mq 4.10 b) restaurando a sorte de Sião e então o povo seria cheio de alegria e júbilo (Sl 126.1-2). Deus mesmo seria o seu juiz e pastor. A justiça e a paz seriam alcançadas por meio de seu governo.

O quadro aponta para o futuro, onde o reino do Senhor será plenamente estabelecido, apontando para a Jerusalém celeste, onde Deus habitará entre os homens (Ap 21.1-5) Todos os povos estarão desejosos de ouvir e seguir aos seus comandos (Mq 4.1-2). O juiz julgará os povos e colocará as coisas em seus devidos lugares e a guerra não será mais necessária será estabelecido Shalom (Mq 4.3-5). Os oprimidos, os desvalidos que são rejeitados e espoliados serão admitidos e serão finalmente pastoreados (Mq 4.6-7).

No capitulo (Mq 5.2-5) o profeta dá detalhes sobre a natureza do messias e a natureza de seu governo. Deus traria juízo sobre Sião (Mq 5.3 -4.10), mas, passada a correção, haverá um reinado justo e pacifico pelas mãos do rei.  A primeira referência diz respeito ao local de nascimento do rei. Ele nasceria em Belém da Judá, terra onde o poderoso rei Davi pastoreou as ovelhas de seu pai. A segunda referência diz respeito à sua origem que é desde os dias eternidade, desde antes que houvesse tempo. A terceira referencia diz respeito à natureza do seu governo que é a firmeza.

O messias tem dupla natureza, humana, por ter nascido de mulher e em Belém e divina, visto que, sua geração é eterna. A promessa de restauração inicia com a promessa de um reinado divino-humano. Assim, é mais que evidente que a profecia aponta não para um líder humano comum com as qualidades básicas para o governo, pois, antes de tudo ele é Deus.

Desta forma, não há ninguém que atenda essa exigência senão Jesus Cristo. Os discípulos se perguntaram: “Quem é este que até o mar e o vento lhe obedecem à voz?” Ele é o Cristo, o enviado, o rei! Gerado pelo Espírito Santo, nascido de Maria.

O seu governo não será de frouxidão. As rédeas estão em suas mãos, a terra não ficará sem lei (Mq 4.2). O afrouxamento da lei gerou o estado de calamidade em Judá, o profeta Habacuque, também alertou para esse erro, pois, afrouxada à lei a justiça é torcida, o perverso sempre tem vantagem sobre o justo a violência predomina.

A natureza do seu reinado é descrita. O rei apascentará o povo na força do Senhor, o rei será o pastor de seu povo. O pastor é reconhecido como aquele que alimenta e protege seu rebanho (Ez 34.2). Aquele que busca a ovelha que se perdeu e por salvar aquelas que são atacadas. Moisés era pastor, Davi foi pastor. A vida de pastor de ovelhas era uma excelente preparação para alguém que iria liderar ao povo.

O nascimento de Jesus indica que Deus será o nosso pastor. Os cabeças de Judá, os cabeças de nossa época deveriam ser pastores de Deus sobre o povo, mas, ao contrário, abandonaram a Deus e desencaminharam o rebanho. Assim o nascimento do senhor Jesus aponta para a esperança de um pastoreio firme e cuidadoso.

Não é sem razão que a bíblia revela seu caráter de pastor. “O Senhor é meu pastor e nada me faltará …” (Sl 23.1-4). Jesus Cristo guardará as suas ovelhas: “Eu sou o bom pastor, o bom pastor dá a vida pelas ovelhas” (Jo 10.11) haverá um rebanho e um só pastor (Jo 10.16). Ele separa as ovelhas com o devido cuidado e sofre como o pastor. “Jesus é o grande pastor de ovelhas” (Heb 13.21) nós somos o seu povo rebanho do seu pastoreio (Sl 110.3). O Messias é identificado como o rei e verdadeiro pastor.

A desordem civil e religiosa gera a violência, mas, “o efeito da justiça é a paz” (Is 32.17). O profeta anuncia que o Senhor será a nossa paz. O shalom anunciado (Mq 4.3-4) e em (Ap 21.3-4). A paz no AT relacionava-se a prosperidade material, como saúde, riquezas, bem estar social, segurança física, tranquilidade. A paz material dada por Deus os encaminhava a paz mental. Todavia, durante o exílio babilônico puderam perceber que a paz dada por Deus vai para além da prosperidade material.

A paz anunciada por Miquéias tem um conteúdo escatológico, ou seja, extrapola a condição de Israel se estendendo a todas as nações debaixo do sol. Aponta para a esperança dos últimos dias na crucificação do Senhor, pois, pelo seu sangue temos paz com Deus e ao mesmo tempo por sua obra seremos presenteados com o Shalom.

Quantas vezes o Senhor Jesus se referiu a essa paz: “deixo-vos a paz, a minha paz vos dou, não vo-la dou como o mundo dá” ( Jo 14.27) O messias tornou-se a nossa paz derrubando o muro que havia entre nós e Deus: “ porque ele é a nossa paz” (Ef 2.14-18). A paz promovida pelo messias não é apenas um equilíbrio interior, ou ausência de perturbação, não!  A paz segundo Jesus Cristo é “paz que excede todo o entendimento” (Fl 4.7) guarda todo o nosso ser e todo o nosso entendimento, o homem todo está a salvo!  Ele é o príncipe da paz (Is 9.6).

O nascimento de Jesus Cristo inaugura a promessa do reino da justiça e da paz. O Emanuel é a esperança de consolo para todos os povos. O novo testamento não anuncia outro senão a Jesus Cristo, só ele, cumpre todas as exigências preditas pelos profetas. O natal para os cristãos deveria ser uma festa pela chegada o rei e pastor de nossas almas. O nascimento de Jesus Cristo é a concretização da esperança de um governo justo e pacifico.

Como podemos usar essas verdades?

 Em primeiro lugar não devemos nunca perder a esperança, por sermos perseguidos, humilhados e roubados. Não importa o tamanho do caos político, moral, social e espiritual que se estabeleça, no país, nas cidades ou nos bairros, em que vivemos, pois, em breve, o Rei dos reis e senhor dos senhores aparecerá para pastorear todas as nações na força do Senhor.

Em segundo lugar devemos ter sabedoria para sabermos só em Jesus Cristo temos justiça e paz e que enquanto o senhor não for o pastor de todos, não haverá justiça e paz completa.  Os governadores desse mundo estão se afastando cada vez mais de Deus e de sua palavra, assim, não se iludam com suas promessas de paz e prosperidade, eles não são, o messias prometido, Jesus o é.

Terceiro lugar, devemos nos arrepender dos nossos pecados e erros. Muitas vezes nós também nos esquecemos da vontade de Deus e agimos como Judá agiu. Por nos esquecer da palavra começamos a governar as nossas vidas como bem entendemos, o resultado é que oprimimos, buscamos nossos interesses pessoais, nos tornamos violentos e imorais. Lembremos que Sião a cidade inabalável não era intocável Deus a puniu severamente pela sua transgressão.

Quarto lugar, devemos comemorar o natal de forma sadia e cheia de alegria. O nascimento do messias, o Emanuel, é a inauguração de um governo justo e pacifico. O rei nascido em Belém é a nossa paz.

"Olhem o Sinal; creiam na inteireza das promessas"

“Olhem o Sinal; creiam na inteireza das promessas”

“Onde há cristianismo o nascimento do Emanuel é comemorado. É claro que, fora do cristianismo verdadeiro, o natal adotou outros sentidos: sentidos vazios para pessoas vazias na maioria das vezes. O da confraternização, da fraternidade, e principalmente o do comércio. Todavia, isso não compromete o verdadeiro significado do Natal que é o nascimento de Jesus, o messias, anunciado desde os tempos antigos. O natal é, portanto, o nascimento do Emanuel que é a verdadeira esperança para os aflitos”.

A minha abordagem deste texto fundamenta-se na regra de interpretação (analogia da fé). Portanto, o nosso norte é o apóstolo Mateus, em seu relato do nascimento de Jesus (Mt1.18-25) que inspirado por Deus, revela o significado da profecia de Isaias. O nosso tema é: Emanuel, Sinal de Esperança para os aflitos de todos os tempos.

Os profetas hebreus anunciaram a vinda de um messias. Um homem especial que os salvaria de suas calamidades. Toda a Escritura, na verdade, anuncia dois temas básicos: castigo pelo pecado cometido e também a esperança do nascimento de um varão capaz de reverter o quadro de calamidade e morte em que o homem se encontra. E Ele veio, no tempo propicio, na hora certa. A igreja espera ansiosa para encontra-lo novamente.

Muitos profetas bíblicos falaram ao seu respeito. Deus em todo o tempo se dispôs a revelar aos homens, seu plano de salvação de forma gradual. Os profetas contemplavam em parte e anunciavam  integralmente o caráter do Messias.  Moisés o chamou de o grande profeta (Det 18.15), Jó, o chamou de meu redentor (Jó 19.25), Ezequiel de o Filho do Homem ( 37.3 ), Rute o chamou de parente resgatador (4.8 ) Davi o chamou de meu pastor, ( 23.1) Daniel o chamou Anjo do Senhor (6.22) Neemias o chamou de a boa mão do Senhor (2.18).

Cerca de 730 anos antes, o Senhor revelou ao seu servo, profeta Isaías  coisas que nem ele mesmo entendia completamente. Na época em que viveu, acontecia o período de maior prosperidade de Judá. Todos estavam bem financeiramente, suas rendas aumentavam, acumulavam bens. Mas, por outro lado, esqueceram-se de Deus, do Senhor, abandonaram a Deus em suas vidas diárias. “Criei filhos e os engrandeci, mas, eles estão revoltados contra mim […] abandonaram o Senhor, fazem coisas horríveis contra o Santo de Israel, voltaram a trás”. (Isaias 1.2b,4b) Imoralidade, embriagues, idolatria, opressão dos pobres, ganância, e o pior, ofereciam cultos falsos e com mensagens falsas.  Seu livro profético pode ser divido em duas categorias: profecias de condenação (1-28) e profecias de esperança de Israel (40 -66.24), porque como disse Maria: “Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas” (Lc 1.37).

Isaías o chamou o messias de o Servo do Senhor (42.1). O capitulo (7) de Isaías trata de um momento de grande aflição por parte do povo, pois, Deus traria o devido castigo pelos pecados cometidos pelo rei Acaz. O verso (2) relata o problema e o estado emocional do rei Acaz e do povo de Deus: “Deu-se aviso à casa de Davi: A Síria está aliada a Efraim. Então ficou agitado o coração de Acaz e o coração de seu povo, como se agitam as árvores do bosque como o vento”.

 Deus envia seu profeta para consolar  o coração daqueles aflitos. Isaías vai ao encontro do rei para dizer: “Acautela-te e aquieta-te; não temas, nem desanime o seu coração por causa desses dois pedaços de madeira queimados” (4) e frente: “eles não conseguiram manter a ameaça, e isso nem mesmo acontecerá” (7). O contexto, portanto, dá evidencias de que haveria livramento para a aquela aflição. Eles tinham a palavra de Deus de que esses inimigos não prevaleceriam. Por sua vez, Acaz assim como Judá, cansa a Deus com suas ações, e o resultado, Deus corrige o seu povo através das mãos da Assíria.

O homem é inconstante em seus caminhos,  outros mais e outros menos. Facilmente quer voltar atrás, e por isso, sofre as consequências de se afastar de Deus. Mas, a bíblia afirma por toda parte, que Deus quer nos aproximar dele, por meio de seu filho, o messias, ele é quem traria a salvação e a libertação das aflições, e era essa a esperança da igreja do antigo testamento, e essa continua sendo a nossa esperança.

A profecia de Isaías se cumpre no nascimento de Jesus[1], ele é descrito como: “aquele que iria salvar o povo dos pecados deles” (Mt1.21) ele é identificado como o Emanuel de quem Isaías havia falado. O significado do nome Emanuel é Deus conosco. Assim, não há outro que poderia receber esse nome senão o próprio Deus, embora alguns objetem sem dar uma resposta convincente ao problema.

Onde há cristianismo o nascimento do Emanuel é comemorado. É claro que, fora do cristianismo verdadeiro, o natal adotou outros sentidos: sentidos vazios para pessoas esvaziadas na maioria das vezes. O da simples confraternização, solidariedade,  da fraternidade, glutonarias, bebedices e, principalmente o do comércio.

Todavia, isso não compromete o verdadeiro significado do Natal que é o nascimento de Jesus, o messias, anunciado desde os tempos antigos. O “natal é, portanto, o nascimento do Emanuel que é a verdadeira esperança para os aflitos de todos os tempos”.

As pessoas andam com o coração, agitado, desanimado, cheio de medo de toda natureza.  Essas coisas não nos diferenciam do povo de Judá, e o problema é o mesmo, por vezes, estamos bem longe dos desejos de Deus. Deus tem nos abençoado e multiplicado nosso tesouro e, como retribuição, nos portamos como filhos rebeldes e desobedientes,  desanimados ofertamos o culto dominical, mas, não ofertamos nossas vidas a Ele e assim estamos sujeitos a rejeição de Deus, tal como o profeta anunciou no capitulo (1) de seu livro.

O mundo  anda aflito e em trevas espessas. As pessoas andam como cegas buscando algo que as direcione; uma voz, um guia, e até mesmo um sinal. Pior que isso, buscando esperança onde jamais encontrarão, e por isso andam tão cansadas. E você, o seu coração anda agitado como as árvores do bosque? O seu coração anda angustiado? Cheio de medo? Desanimado?  (Is 7.2,4) Se este for o caso, quero lhe dar dois conselhos fundamentados na Escritura:

Em primeiro lugar: “olhe para o sinal de esperança dado por Deus, olhe para o Emanuel”. O primeiro significado teológico do nome Emanuel é: Deus está entre os homens e particularmente muito próximo do seu povo, para salvá-los. Que grande maravilha é contemplar esse sinal de Deus, o nascimento de Jesus. Por meio desse sinal, Deus nos guia à esperança e a certeza.

 Acaz desconfiou de Deus, recusou-se a obedecer a sua palavra, cansou a Deus com sua dureza. Deus queria dar o sinal de esperança, mas, ele se recusava a dobrar o seu orgulho, rejeitou a exortação do profeta e foi reprovado por Deus.  As pessoas estão com o coração  de Acaz, (medo, angustia) e as pessoas tem agido como Acaz (irreverentes, orgulhosas).

Ano após ano Deus, por meio de sua igreja tem anunciado o sinal. Temos alertado quanto ao significado do natal, mas, as pessoas se recusam a confiar e viram suas costas para o que a bíblia revela. Deus se faz presente, em Cristo Jesus, ele é a esperança anunciada a Acaz ele é a esperança anunciada a todo o homem em todo o lugar, e em todo o tempo! Não teremos o consolo do coração em outras coisas, o messias, é o sinal de que Deus trará completa salvação e consolo para a nossa alma.

Em segundo lugar: “Confie na promessa de Deus em sua inteireza”. O segundo significado teológico da passagem diz respeito à natureza do messias, ele é Deus-homem. Um dos maiores mistérios da nossa fé é a encarnação de Jesus e o nascimento virginal.

Aos nossos contemporâneos, essa é mentira mais debochada da história. Como é possível que Jesus de Nazaré seja Deus e ainda mais, como pode alguém ser gerado sem uma relação natural? A bíblia diz que Jesus foi gerado pelo Espírito Santo, o poder do Altíssimo envolveu a Maria e esta concebeu. (Mt 1.18-21)

O natal está sendo secularizado, ou seja, afastando-se de seu significado, mas, na raiz disso, está a descrença e a desconfiança da narrativa bíblia. Não é o dinheiro que perverte o sentido do natal, mas, o total descrédito dado a Escritura Sagrada, e aos seus ensinos.

 Deus prometeu que o Emanuel seria gerado no ventre de uma virgem, ou jovem desposada e que ele seria o sinal de esperança para os corações conturbados e cansados, ele traria refrigério e graça aos homens. Irmãos creiam na promessa de Deus em sua inteireza, não há acasos na revelação de Deus.

Assim, olhem para o sinal, e creiam nas promessas de Deus em sua inteireza. O Emanuel é Jesus Cristo, esperança para os aflitos de todos os tempos!

Feliz natal a todos os povos!


[1] Debate sobre o termo almah (virgem) se o cumprimento da profecia se deu em duas etapas, ou a impossibilidade de interpretarmos como sendo Maria a que daria a luz. Como afirmei sigo o principio de interpretação reformado de que a Escritura interpreta Escritura.

O homem moderno é como alguém que tem os seus olhos vendados, fechado em uma sala em forma de circulo sem portas, mas, que incansavelmente tateia as paredes na esperança de encontrar uma única porta de saída.  Francis Shaeffer.

Os índices de violência urbana têm aumentado em escala mundial. A violência contra o outro e contra si mesmo em forma de atentados de todos os gêneros, no âmbito social, moral, político, religioso, ideológico, psicológico, econômico, etc. Seria o aumento da violência urbana uma característica da pós-modernidade por conta de suas proposições sobre a ausência de certezas absolutas e do afloramento do medo?

Arendt investigou acerca da origem do mal e da violência explícita sob a ótica da política.  Em sua concepção, o surgimento dessa nova modalidade de mal tem, como meta, não o domínio despótico dos homens, mas sim, um sistema em que todos os homens sejam supérfluos. O primeiro passo essencial no caminho desse domínio total é a destruição da pessoa jurídica do homem. O passo seguinte é a anulação da individualidade e da espontaneidade, de forma que seja eliminada a capacidade humana de iniciar algo novo com seus próprios recursos. O objetivo dessa destruição é a transformação da pessoa humana em coisa. Para Hanna Arendt o mal é resultado da educação dos Estados totalitários, que forjaram homens incapazes de pensar por si só, banalizando a individualidade e o sujeito e, consequentemente, o mal, ou fazendo uma cauterização das consciências tornando o homem em coisa. Assim, a anulação do sujeito jurídico e do individuo pela prática da ideologia política seria, segundo a autora, uma das causas da violência.

Neste artigo tentaremos pensar como a violência urbana também tem relações diretas com ou a experiência pós-moderna de incerteza e do medo. Quando a incerteza e o medo tornam-se parte integrante da vivencia cotidiana é quase um impulso tentar encontrar respostas para o problema. Uma das marcas da pós- modernidade ou hipermodernidade é a incerteza, ou desconfiança. No interior desse lócus vivencial a incerteza alcança todas as esferas. Incerteza quanto à verdade, incerteza quanto as narrativas e ao futuro, incertezas quanto a integridade, incerteza quanto a regras universais, incerteza quanto as instituições e por aí vai. Essa incerteza modela-nos para uma nova forma de enfrentar a realidade e até mesmo uma nova forma de se apresentar, somos agora o, homem-incerto, homem-medo, homem violento, legado deixado pela modernidade.

O homem está em crise no que diz respeito à solidez das coisas, e tal crise atinge camadas básicas da vida cotidiana, é muito comum a incerteza e a desconfiança em relação ao futuro da democracia, das organizações públicas como hospitais, escola, policia, poderes religiosos, etc. A fundamentação teórica para iss está na incerteza e a desconfiança em relação às instituições e aos valores morais mais universais, como, por exemplo, direito à vida e a dignidade.

No campo da ética a incerteza a desconfiança quanto a valores universalmente válidos desemboca em uma busca inglória de um ponto fixo. Um apologeta americano do século xx chamado Francis Shaeffer diagnosticou o homem moderno como alguém que tem os seus olhos vendados, fechado em uma sala em forma de circulo sem portas, mas, que incansavelmente tateia as paredes na esperança de encontrar uma única porta de saída.  Essa incerteza no campo da ética tem efeitos na consciência individual e coletiva.

O individuo que percebe a fragmentação da verdade do que é certo e das instituições elabora questionamentos básicos que estão na ordem do dia, tais como: O que será amanhã? Não com esperança, mas, com o fardo da desconfiança. Estamos argumentando que, ausência de certeza tem implicações diretas do tipo: Devo acreditar no que vejo? No que ouço? No que leio? No que experimento? No que espero? Por um lado, o ceticismo de Descartes ressurge, mas, agora, sem a esperança de alcançar  uma certeza indubitável para além da incerteza e do medo. Deste modo, a única certeza que se tem é que nós não temos certeza. O ceticismo atual é a sedimentação na prática  e não  argumento meramente acadêmico ou teórico, não está diretamente relacionado aos critérios a serem utilizados, mas, ao sentido de duvida radical, mas, com denotação mais irracional.

Na vida cotidiana o individuo se torna, por conta da incerteza vigente, um solitário. A incerteza radicalizada faz com que o sujeito tenha incerteza acerca de tudo que lhe é externo, dessa forma, o outro e as instituições externas a ele são desacreditados no sentido epistemológico do termo, ou seja, não satisfazem a pergunta: Quais são os motivos convincentes para acreditar nisso?  Então o medo é a consequência instantânea e torna-se então comum a vivência na cidade.

No momento em que a incerteza e a desconfiança alcançam o seu grau máximo tudo o que existe, mas, que não seja eu, ou seja, que é alheio a mim pode ser, um nada, o que é um absurdo, ou no máximo uma coisa extensa, como afirmou Descartes, mas, sobre o qual eu não posso afirmar com certeza absolutamente nada, e nem mesmo me relacionar de modo objetivo, ou seja, uma coisa que não tem sentido e nem uma narrativa histórica. Assim o individuo é algo supérfluo e a pessoa humana se transformou em coisa.

O homem medo, desprovido de certezas objetivas, surge com toda a sua força, pois, ele ainda tem uma percepção vaga, mas, natural que lhe informa de que as coisas que lhe são externas o ameaçam de forma assombrosa.  “Escolhendo” a ética da autoconservação, está habilitado a parir o homem-violento. Violência aqui no seu sentido amplo, moral, física, social, política, emocional, ideológica etc. O homem violento está naturalmente pronto a  defender-se, é claro que o leitor está pensando no estado de natureza proposto por outros pensadores. Pensamos que a incerteza radical encontrada na pós-modernidade nos leva a irracionalidade e por isso a violência pode ser explicitada e se torna moralmente autorizada e banal. O homem – violento tem em suas relações tensas, a recíproca da violência desmedida e validada.

Quetionamos se a violência gratuita com que nos deparamos diariamente nos centros urbanos, não tem haver com algo mais do que as lutas de classes e a desigualdade social, ou até mesmo com as más gestões políticas. Seria então a violência resultado direto das relações pós-modernas referentes ao cultivo da incerteza e do medo?

Concluindo Pesamos que o cristão não precise temer essa esfera cultural, todavia, a incerteza e o medo são caminhos pelos quais, o evangelho da graça, deva entrar  (1Pe 3.15).  Nossa resposta é que tanto a incerteza radical quanto o medo gerador de violência, tem em sua origem os efeitos noéticos do pecado, o homem natural não consegue ter o conhecimento da verdade, sem o auxilio renovador da graça de Deus (Col 3.1-10).

Embora tenhamos demonstrado a existência de razões teóricas e práticas, para uma análise, acreditamos que, ultima instância, a natureza do homem é a mesma desde o Éden, depravada totalmente. E a Bíblica mostra claramente que esses sinais, de violencia e desafeto apontam mais para a consumação dos tempos do que propriamente para um acerto entre homens. O cristão deve ter em mente que o atual estado de violência é resultado do pecado (Rm 3.12-15) e ao mesmo tempo que o aumento gradual da violencia é uma das evidências da vinda de Cristo, (Mt 24.10)  assim, ao invés de acompanharmos e compartilharmos com os ímpios as sua angústias intelectuais e existenciais, devemos ter a grande esperança de que o reino  do Senhor será definitivamente concretizado para louvor da sua glória.

O filme é  um desafio às nossas mentes imediatistas e pouco habituadas ao uso da memória e das sensações tais como: silêncio, descontinuidade, sobreposição temporal, poesia. Comumente encontramos nos filmes, até mesmo em alguns do tipo “Cult” tais sensações, prontas para a digestão, e que nada exigem daquele que assiste além de um juízo moral ou estético pouco elaborado, como, por exemplo: bom, ruim, belo, feio, válido, inválido, falso ,verdadeiro e assim por diante.

A película “a árvore da vida” exige uma resposta de quem  assiste. Não é um filme pronto para engolir, é uma proposta à interação com o projeto do autor. Isso pode ser visto pelo uso intencional e poético de formas e de movimentos nas cenas; pela apresentação sequencial de coisas inanimadas como: cânions, cachoeiras, supernovas, fecundação, desertos, profundezas do oceano, sistema solar, que acompanhados de seus respectivos sons ou de seu respectivo silêncio, ocultam a linearidade da narrativa e do tempo com o qual estamos acostumados, obrigando a experiência dos sentidos estéticos e da lógica pelo telespectador.

O filme é uma poesia, poesia não falada. As erupções emocionais dos seus personagens, todo o peso da angústia e da alegria recebem formas. Formas de vulcões jorrando larva, pequenas ondas de mar, tranquilidade de riachos e campinas verdejantes. O autor economiza nas palavras, mas, não na comunicação.  A narrativa por palavras parece perder sua força para expressar o peso da intenção do autor. Tudo isso, exige de quem assiste, o uso da memória, da lógica, dos sentidos, da sensibilidade ao belo e ao abismo existencial com que os personagens se deparam na trama.

O abismo existencial no qual os personagens estão envolvidos não é resolvido imediatamente, com o uso de uma narrativa ou diálogo, pelo contrário, o autor usa do silêncio do deserto e das profundezas do oceano como resposta, exigindo de quem assiste uma tomada de posição.

Desta forma a solução é mediada pelo espectador, que precisa necessariamente infiltrar-se na trama, inclui-se aqui até mesmo a decisão deliberada de desistir de resolver o enigma proposto pelo autor não assistindo o filme.

A linguagem quando verbalizada é filosófica, mas, as respostas são abertamente teológicas. Perguntas como: Onde estás? Quem és? O que fazes? Em que forma apareceu a mim? Como é possível suportar uma moléstia? Integridade me poupa do sofrimento? Vontade de Deus ou liberdade humana? Servem tanto como indagações feitas em uma oração a Deus, quanto a uma auto-reflexão de um ateu. Por elas, se questiona a Deus e ao homem, servindo, portanto, para religiosos e não religiosos, apontando para a densidade plástica da obra de Malick.

Na película a escolha entre o bem e o mal moral é traduzida pela antiga discussão, natureza & graça, e é apresentado delicadamente pelo autor através do antagonismo paradoxal dos personagens que, por fim, encontra-se resumido sob uma auto – reflexão na consciência de um menino: “A inclinação para a natureza egoísta e a graça de Deus lutam dentro de mim o tempo todo, e sempre lutarão”, algo atual e sugestivo.

Concluindo. Ainda há muito que pensar, o filme é riquíssimo em temas oportunos ao homem como, por exemplo: a origem de todas as coisas, origem do mal, temas em psicanálise, liberdade humana e determinismo, a existência de Deus, o questionamento do sentido vida sob o ponto de vista do materialismo e naturalismo, sem contar aspectos da construção estética da obra. Quem assistir aberto a essas possibilidades e confrontos não será o mesmo. Obrigado pelo presente Malick.

Manuela chora,

Mas, por que choras Manuela? 

Por que perdeu um amor,

esse sentimento egoísta e medíocre 

que é aprisionado nesse vasto campo verde?

 

Manuela chora,

para que choras Manuela?

Para ter a certeza de que,

inunda o mundo com seus sentimentos?

Para que Manuela?

 

Manuela concorda,

por que concordas Manuela?

Quer arrancar o orgulho das mãos dos filósofos,

e enterrar no jardim da tua casa?

 

Manuela questiona,

para que questiona Manuela?

Por acaso quer tirar a paz do nosso povo

com a sua indagação?

 

Manuela pensa,

porque pensas Manuela?

Não sabes que o mundo 

é movido por ideias? 

 

Manuela age,

por que ages Manuela?

Você não tem coragem de refletir sobre sua gente?

Manuela é má!

 

Manuela busca,

mas pelo que Manuela?

Insiste na ideia de essência.

O que é essência Manuela? 

 

Manuela sente, 

o que sentes Manuela?

Ela sente que está na porta

do núcleo da verdade.

 

Manuela agora sabe,

sabe o que Manuela?

Não vê que tua procura dura tempo demais,

e trocas de certeza em um segundo?

 

Manuela se vai,

pra onde vais Manuela?

Sua busca foi constante

seus pulmões não aguentaram.

 

Gostaria de saber onde está Manuela.

Manuela era forte, ela era persistente

e se foi cheia de certeza

que nada soube da vida.